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sábado, 25 de outubro de 2014

"Já é Quase amanhã"


A madrugada envolve toda a cidade. Do mar às ruas desertas do lado rico da metrópole. Escrevo, displicente, sob à luz artificial. Esses dias têm passado rápido demais. Tenho pensado sobre os anos que se foram. As bifurcações da vida se impõem como marcos desafiadores da minha capacidade de escolher. Dizem que em certa altura da vida (por mais bem vivida que esta tenha sido) aparecem crises existenciais. Talvez seja mesmo verdade. Mas seja como for, vez por outra, a neblina me chama a rodar pelas avenidas desocupadas ouvindo musicas inconfessáveis e me perguntando sobre causas e efeitos de determinados acontecimentos que me escapam à explicação. É alta madrugada! E o dia, logo vem. Não se encontra tão distante o "Shangri-lá" que motiva alguns arroubos da minha "juvenília" endêmica e impertinente. Sei pouco destas questões sensíveis demais. E o que me resta de mais rebelde nessas "quase manhãs" é misturar a minha "substância pensante" ao universo multiforme das emoções que me sacodem impiedosamente contra a parede da minha memória. E relembrar os momentos dúbios de felicidade e ansiedade, não deixa de ser uma forma suave e relaxada de encontrar comigo mesmo e tratar com carinho as tantas versões já editadas do meu eu. O dia já vem. E vou recolher as tintas! 


Don Johnson de Sales.