Havia
uma potencialidade estética em cada pose, em cada cruzada de pernas, em
cada caminhar. E ela bem conhecia esses poderes contidos. Fazia questão
de liberá-los em doses homeopáticas para não intoxicar o "paciente".
Sabia que uns centímetros a mais ou a menos num short, uma abertura mais
ousada em um saia, um decote mais generoso, ou mesmo uma transparência
um pouco mais acentuada, significavam bem mais do que tendências da
estação. Tinham a propriedade de revelar fetiches, desestabilizar
sistemas nervosos, liberar a libido. Acho mesmo que toda mulher, por
mais tímida e ou recatada que seja, não deixa nem por um minuto de estar
consciente de seus super-poderes de fêmea. Embora geralmente não
admitam. O que muitas vezes amplifica o encantamento.
Dom Johnson de Sales.