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sexta-feira, 27 de janeiro de 2023

Seminário "A Cultura e o Desenvolvimento do Ceará"

 

Universidade, Gestores, Intelectuais e Movimentos discutiram Cultura e Desenvolvimento

O Seminário “A Cultura e o Desenvolvimento do Ceará” aconteceu  no dia 25 de janeiro, 2023, no Condomínio de Empreendedorismo e Inovação, no campus do Pici/UFC, e discutiu novos modelos e perspectivas inovadoras para o desenvolvimento do Ceará, reunindo acadêmicos, referências sociais e gestores públicos do estado, além de ONGs, Movimentos e organizações da Sociedade Civil.

Sec. Estadual de Juventude, Adelita Monteiro, com Joy Alves, Ana Cristina e Andreia Fernandes do Coletivo Território Criativo

Temas como extensão universitária e o papel das universidades em relação ao desenvolvimento, qualidade de políticas públicas, e oportunidades para as juventudes, foram debatidos por convidados representantes de organizações e órgãos como, Coletivo Território Criativo/TC; Banco do Nordeste do Brasil/BNB; Movimento dos Trabalhadores Sem Teto/MTST; Universidade Federal do Ceará/UFC; Secretaria de Cultura do Estado do Ceará/SECULT; Movimento Sem Terra/MST; Secretaria do Trabalho do Governo do Estado do Ceará, Candeeiro Cultural, Vale Brasil de Inovação em Políticas Públicas e Impacto Social, e Secretaria de Juventude do Governo do Ceará. 

Paulo Eduardo (Sukita) do Polo Criativo do Conjunto Ceará
O evento aconteceu no auditório do Condomínio de Empreendedorismo e Inovação, da UFC, no Campus do Pici, e produziu importantes reflexões e propostas.

Além de personalidades, estudantes, pesquisadores, gestores e ativistas, o seminário também recebeu representantes do município de Paraipaba que colaboraram com os debates. Dedé Pacheco, Coordenador de Cultura da Secretaria de Turismo, Cultura e Meio Ambiente de Paraipaba, apresentou os esforços que o município vem fazendo para apoiar a produção cultural local, e se colocou à disposição para a construção colaborativa de soluções criativas que respondam às demandas da cultura no território.

Dedé Pacheco - Coordenador de Cultura de Paraipaba
Também esteve presente Célio Laurentino (o Célio Pescador) presidente da Colônia de Pescadores/Z25 de Paraipaba, ele fez contatos e articulações visando a conquista de parceiros para a potencialização da pesca no município.

Célio Laurentino - Presidente da Colônia de Pescadores de Paraipaba
O Coletivo Território Criativo colaborou com uma análise crítica do papel da universidade em relação à comunidade, apresentou a sua experiência e resultados, e apontou a economia criativa como um vetor estratégico do desenvolvimento sustentável, propondo intersetorialidade e consulta ás bases comunitárias e sociais como elemento principal das políticas públicas.

Grupos de trabalho, articulações institucionais e novos eventos darão sequência aos trabalhos colaborativos propostos no seminário.

 

Cosmos Filho.

 

É a Economia Criativa, estúpido!

 

Ministra Margareth Menezes participa da transmissão de cargo da Secretaria da Cultura do Ceará

A frase "It's the economy, stupid" ou em tradução livre: “É a economia, estúpido!” foi utilizada pelo economista James Carville para a campanha presidencial de Bill Clinton, nos EUA, em 1992. A intenção era enfatizar, junto ao eleitorado, a importância do tema “economia” para a campanha e para uma possível futura gestão de Clinton.

Talvez o momento atual, cheio de esperanças na reconstrução e no desenho de novos rumos para a nossa nação, nos permita (ou exija) a adaptação dessa frase, e dá própria estratégia (modificada) para chamar a atenção do poder público, dos setores produtivos, e da própria sociedade cearense, para a necessidade de unirmos economia e cultura como vetores do desenvolvimento territorial sustentável. “É a Economia Criativa, Estúpido”! É ela que nos oferece as melhores condições para fomentar o desenvolvimento dos nossos territórios, sejam eles urbanos ou rurais, e dar respostas para algumas das nossas mais urgentes calamidades como desemprego, envolvimento dos jovens com a economia criminal, atrofia econômica de regiões, insuficiência tecnológica, assistência técnica, subutilização de espaços e infraestrutura pública, escassez de políticas públicas voltadas para a redução de déficits sociais, e desperdício da criatividade como insumo para o desenvolvimento. 

Temos uma grande oportunidade e não devemos desperdiçar

É enorme o potencial de inclusão da Economia Criativa. Políticas públicas que partam da valorização da criatividade e inovação, podem assegurar inclusão socioeconômica para grandes contingentes humanos tendo eles educação formal, ou não. Até mesmo pessoas vivendo em penúria econômica podem ser detentoras de insumos valorosos para a Economia Criativa. A criatividade é um insumo democrático, abundante e inesgotável.

Pessoas que trabalham com arte, culinária, design, literatura, artesanato, games, redes sociais, produção de conteúdo para internet, audiovisual, música, dança, pintura, produção de eventos etc., são trabalhadores criativos. Quem tem algum talento relacionado com algumas dessas atividades é um potencial agente criativo e pode vir a tornar-se um profissional da economia criativa. A partir daí, o céu é o limite!

A Economia Criativa, se trabalhada como política pública, pode oferecer o primeiro emprego para os jovens, pode fomentar o desenvolvimento territorial a partir de polos, bairros e/ou distritos criativos, além de cidades e bacias criativas. Regiões, sem vocação para a indústria convencional, podem buscar estratégias de desenvolvimento sustentável com a Economia Criativa como vetor. Um universo de possibilidades repousa e aguarda o despertar por meio das políticas públicas com economia criativa.

Ao trabalhar a economia criativa como fator de desenvolvimento de comunidades periféricas e interioranas, podemos dar importante passo rumo à inclusão socioeconômica e ao desenvolvimento sustentável do Ceará com a cultura e a criatividade no centro do desenvolvimento humano, econômico e social. Fica a dica!

 

Johnson Sales – Cientista Social, Mestre e doutorando em Sociologia pela Universidade Federal do Ceará/UFC; Fellow Ashoka e Consultor Sênior do Coletivo Território Criativo.