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segunda-feira, 5 de agosto de 2019

ASUNCIÒN


Escondeu-se entre os carros, a arma ainda estava quente, alarmes tocavam todos ao mesmo tempo enquanto as luzes dos automóveis piscavam. A sua mente ainda tentava acomodar os últimos fatos quando uma voz feminina chamou o seu nome pela janela de um tempra prata abrindo-lhe a porta e oferecendo fuga. Era Cássia, acompanhada de Jesse que guiava ouvindo stones e tratou de tirá-lo dali. Chegando no apartamento localizado no subúrbio, não houve tempo para agradecimentos ou recompensas. O local estava cercado e os três sabiam que era o fim da linha. Mas não é assim que acaba, pensou. Recarregou a arma, olhou pela janela e considerou a possibilidade de começar o desfecho que a cena pedia. No entanto, por entre as fardas, as câmeras e os curiosos, uma silhueta se destacava, morena, cabelos longos, escultura em corpo de mulher, era Tânia, agente especial e Affair. E na ocasião, a negociadora. Três horas para desarmar as armadilhas e retirar todos os explosivos que tinham supostamente instalado no interior do prédio e que teria a capacidade de abrir uma cratera engolindo metade do quarteirão. Três horas para atravessar o túnel existente no porão do prédio, sair seis ruas depois levando o dinheiro e as armas e embarcar em um micro-ônibus onde fardas de policiais e documentos falsos lhes garantiam salvo conduto através da fronteira do Paraguai. No relatório para a corregedoria, Tânia se desculpava por ter acreditado na farsa dos explosivos. Dois meses depois pedia afastamento por stress e pela ineficiência na operação e viajava para Asunción onde dezoito milhões de reais haviam edificado um império em negócios lícitos ou não, e era recebida no aeroporto por Don, seu futuro sócio com quem voltara a enamorar-se.

DJ de S.