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quinta-feira, 29 de setembro de 2011

MinC aposta tudo na economia criativa

Misto de planejamento para os próximos anos e estruturação da pasta, o Plano da Secretaria de Economia Criativa foi divulgado na última segunda-feira. Nele, definições e direcionamentos para os anos 2011-20

A Secretaria da Economia Criativa do Ministério da Cultura é dirigida pela professora cearense Cláudia Leitão (ALEX COSTA, EM 11/05/2006)

A Secretaria da Economia Criativa do Ministério da Cultura é dirigida pela professora cearense Cláudia Leitão (ALEX COSTA, EM 11/05/2006)

Não há números nem estatísticas sistematizadas sobre o setor da economia criativa no Brasil. Por mais que esse nicho de mercado ainda não acompanhe a estruturação de outros setores, mundo afora, estamos, nós falantes do português brasileiro, ainda mais atrasados. Isso de acordo com o Plano da Secretaria da Economia Criativa, divulgado na última segunda-feira e lançado um pouco antes, na sexta, 23. Misto de estruturação e plano de ações para os anos 2011-2014, o plano está sendo apontado como o documento mais importante feito pela gestão de Ana de Hollanda, iniciada em janeiro desde ano.

Segundo Cláudia Leitão, titular da pasta, o trabalho vinha sendo desenvolvido desde abril, com profissionais das mais diversas áreas, dos ministérios, agências de fomento, instituições internacionais, sistema S (Sesc, Senac), universidades, segmentos criativos, entre outros. A secretaria, apesar de criada, ainda não foi institucionalizada, mas se configura como ponto essencial para o Governo Federal como um todo – tendo a presidente Dilma afirmado sobre a importância da sistematização da economia da cultura.

Na ocasião do lançamento, na Casa Rui Barbosa, no Rio de Janeiro, dentro do 2º Seminário Internacional de Políticas Culturais, Cláudia Leitão anunciou também que até o final do ano estarão em funcionamento cinco projetos-piloto do Criativa Birô, escritório para apoio ao empreendedor criativo, com assessoria jurídica, de comunicação, linhas de crédito e formação profissional. Está sendo levantado, ainda, o material relativo à construção da Convenção da Diversidade Cultural brasileira, “não só como patrimônio, mas como recurso econômico”, declarou à imprensa.

“Porque nós não temos metodologia, não temos números confiáveis, não temos números dos estados comparáveis com outros países da América Latina”. De acordo com a secretária, isso faz com que o Brasil não apareça como exportador de serviços criativos, nem tenha dados sobre o Produto Interno Bruto (PIB) dessa economia, que está crescendo a taxas de 4% a 6% em todo o mundo. “O que prova que ela tem uma sustentabilidade, não polui, trabalha mais com a abundância do que com a escassez, é uma economia cooperativa, é desconcentradora”, completou.

No plano, o termo Economia Criativa é definido. No decorrer do documento de 148 páginas, que pode ser encontrado no endereço http://bit.ly/rtsyjT, a discussão versa sobre as necessidades dos setores criativos, apontando os desafios da área. Segundo o texto, inspirado em ideias de Celso Furtado (que foi ministro da Cultura entre 1986 a 1988), os setores criativos “são todos aqueles cujas atividades produtivas têm como processo principal um ato criativo gerador de valor simbólico, elemento central da formação do preço, e que resulta em produção de riqueza cultural e econômica”. (com as agências)


SERVIÇO: GT ECONOMIA VIVA
O quê: Bate-papo virtual com intuito de debater o Plano da Secretaria da Economia Criativa.
Quando: Hoje, às 20h.
Como participar: O link direto será disponibilizado pelo perfil de Andrea Saraiva na rede social Twitter (@andreasaraiva), a partir das 18h.
Participantes: Além de Andrea Saraiva, que foi implementadora da ação Economia Viva no Minc, participam ainda Taciana Portela, ex-chefe da Regional do MinC no Nordeste, e Liduína Lins, ex-consultora do MinC Nordeste.



Saiba mais

O Plano traz ainda diversos textos de especialistas, como Lia Calabre (A problemática do desenvolvimento dentro do campo de construção de políticas culturais), Ana Carla Fonseca (Economia Criativa: um novo olhar sobre o que faz a diferença) e Humberto Cunha (O Ponteiro da Bússola), entre outros.
Júlia Lopes

julialopes@opovo.com.br