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sábado, 13 de novembro de 2021

Conheça o Coletivo Território Criativo

 

 
“O Território não como um conjunto de fronteiras fixas; Mas como um lugar onde se dão as vivências sensoriais, sociais e culturais de um povo”.

O trecho acima ilustra a página do Território Criativo/TC no Facebook e aponta para uma noção de território para além de fronteiras fixas.

O TC é uma organização não formalizada composta por pessoas e grupos com alguma relação com a arte e com a cultura. Sejam artesãos, produtores culturais, escritores, ativistas culturais ou entidades que trabalhem com a cultura e com a criatividade. Alguns, vêm de vivências frente à projetos de desenvolvimento local. E o “núcleo duro” do coletivo é formado por pessoas reconhecidas como referência em economia criativa e empreendedorismo. E talvez devido a isto a atuação do TC (...) tenha logo se convertido em uma estratégia de desenvolvimento local apoiada na economia criativa.

O TC é uma organização da sociedade civil que atua (...) por meio de uma tecnologia social - que é o Pró-Polos Criativos - como a intenção de criar nos territórios um instrumento voltado para o desenvolvimento planejado e que tenha como base a economia criativa. Tal instrumento, o TC nomina de Polo Criativo. É com a tecnologia social Pró-Polos Criativos que o Coletivo Território Criativo consolida lideranças regionais e se estabelece na liderança de projetos de desenvolvimento territorial.

Outra característica do Coletivo é funcionar como espaço de acolhimento de atores e grupos criativos e de direcionamento das suas ações através da transformação da sua criatividade e capacidade de intervenção, em ferramenta que promova a sustentabilidade dos espaços onde estes atores encontram-se envolvidos. Ou seja, como elemento transformador de potencialidades em oportunidades. Atuando na transformação da criatividade e da capacidade de intervenção de agentes, em ferramentas objetivas de promoção da sustentabilidade dos espaços onde estes agentes estejam envolvidos.

Sobre os integrantes do Coletivo território Criativo, eles vêm de origens sociais e culturais diferentes e de formações políticas distintas, alguns são oriundos do hip hop, outros do movimento estudantil, há os que têm origem em comunidades eclesiais de base da igreja católica,  alguns são acadêmicos. Há também quem tenha origem sindical. Essa diversidade garante diferenças de percepção e de visão de mundo, entre eles.

O TC consegue manter uma postura protagonista, mesmo quando se relaciona com governos e as suas ações. Ele tem, cada vez mais, assumindo a forma de uma espécie de “hub social”, conectando ações governamentais independentes entre si, e facilitando o acesso das comunidades a elas. O TC representa para as comunidades uma proposta de autonomia e autoafirmação.

O Território Criativo se auto define como uma tecnologia social em formação e que segue um método composto por um tripé: Arquivo, Bricolagem e Agência. Sendo o Arquivo composto por um amplo e diverso conjunto de informações e fontes que incluem, lista de contatos e network dos seus componentes, banco de tecnologias sociais conhecidas, dados sobre projetos e comunidades, catálogo de políticas públicas, vídeos e links de áreas relacionadas com economia criativa, empreendedorismo social e tecnologias sociais; fotos e matérias; e tudo o que os ativistas deste coletivo julgarem necessário para o desenvolvimento das suas ações.

A Bricolagem do método do TC é inspirada na forma de atuar do bricoleur descrita por Lévi-Strauss. O TC, como o bricoleur, se volta para uma coleção de resíduos de obras humanas para construir as suas tecnologias sociais e as suas soluções comunitárias. Esses resíduos podem ser tecnologias sociais, técnicas, contatos, experiências, invenções, talentos, vivências, dados. E isto, tanto do ponto de vista coletivo, como também, do ponto de vista dos seus componentes, individualmente.

Agência: trata-se de “levar a proposta pra comunidade e fazer os ajustes e mudanças que a comunidade quiser”. O “agir” dos membros do TC nas comunidades é encarado como parte do método de ação do coletivo. Nesta fase do trabalho, as suas habilidades criativas relacionadas com fluência de ideias, flexibilidade na identificação de soluções de diferentes perspectivas e originalidade para encontrar respostas incomuns, são bastante exigidas.

 

Saiba mais em: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/34407

 

Adaptado e reproduzido por Cosmos Filho.