Tem não, a possibilidade da arte ser vazia de filamentos da alma do artista. Reside um espectro de seu ser exatamente naquele espaço mágico no qual se instala o significado da obra. Naquela dimensão localizada estrategicamente num ponto equidistante entre a criação e o olho do observador. É nesse recanto extraordinário que se recolhe a substância mista que entrelaça, articula e funde, artista, arte e público. A essência da obra, bem como o sentimento depositado nela pelo artista, e a expectativa sensorial de quem a contempla, se encontram nesse eldorado dos alquimistas, bruxas e gênios. Tem sim, um muito do artista, em cada peça, em cada obra, em cada exposição. Basta aprender a ver no interior dessa dimensão especial, para encontrar nua em pêlos, a alma do artista por trás, por sobre, ao lado e por dentro da sua obra.
(Escultura da Artista e futura cientista social Michelly Oliveira Campos)
Don Johnson de Sales.