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domingo, 20 de outubro de 2013

O que estará em jogo nas eleições presidenciais de 2014?


O que estará em jogo na próxima eleição presidencial são duas concepções de sociedade: a que aposta prioritariamente em crescimento e mede tudo pelo PIB, pela renda per capita e pela bolsa de valores; e a que prioriza o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), a inclusão e o bem estar social (sem descuidar da economia).

O primeiro caminho é defendido pelos mercadistas e o capital financeiro; e o segundo pelos social-desenvolvimentistas, dentro de um padrão que combina crescimento, inclusão social e sustentabilidade. No primeiro, alinham-se os neoliberais & Cia.; no segundo, os transformadores sociais, nacionalistas e afins.

O governo do PT enquadra-se no segundo grupo. Na definição da presidente Dilma: “País desenvolvido se mede pela qualidade de vida, pela sensação de conforto que a população tem, pelo acesso à casa própria, emprego, a qualidade da saúde” e não simplesmente pelo tamanho do PIB.

O Brasil, por ter escolhido o social-desenvolvimentismo, nos governos petistas, vê-se submetido a uma forte pressão do capital financeiro para rever seu modelo e fazer mais concessões às forças do mercado, que reclamam do “intervencionismo” do PT (condicionamento do capital à estratégia de inclusão social). Por isso, os investidores externos realizam uma verdadeira chantagem (diminuindo os investimentos) para que o País se submeta às condições impostas por eles (os neoliberais internos concordam com a chantagem).

As críticas dos mercadistas contra a Petrobras são um exemplo disso. Não se conformam com o fato de o Brasil utilizar a empresa como suporte estratégico para a construção de um projeto de Nação. Querem que ela se porte como uma empresa qualquer, voltada prioritariamente para a produção de lucros para seus acionistas privados. Mesmo resistindo no fundamental, o governo fez concessões no caso do leilão da reserva de Libra.

Os protestos dos movimentos sociais contra essa opção são justificados. Apelar para o Exército para conter as manifestações foi um equívoco político que pode trazer consequências muito ruins mais tarde.

 Publicado originariamente na coluna Valdemar Menezes, no Jornal O POVO deste domingo (20).