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quinta-feira, 30 de maio de 2013

O Trabalho do Poeta



Segundo Schutz, o filósofo clássico Aristóteles disse que o poeta (diferente do historiador) nunca faz qualquer declaração real, e nunca, certamente, declarações particulares ou específicas. O trabalho do poeta não é contar o que aconteceu, mas o que está acontecendo: Não aquilo que ocorreu, mas a espécie de coisa que sempre está ocorrendo. Será?


Gosto de escrever assim


Gosto de apresentar a vida recortada; Escrever sobre momentos, instantes, passagens, fragmentos de vidas humanas. Não importa se meus escritos parecem deslocados, soltos, desconexos, ou sem sentido para algumas pessoas. A vida não se dá na forma de um bloco monolítico de acontecimentos coerentes. A vida humana acontece em retalhos, em porções que por serem partes, nem por isso deixam de ser um todo em si. Os diversos fragmentos de vida que fazem nossa existência, se articulam entre si e com os fragmentos das vidas dos outros; se entrelaçam, se misturam sem perder suas particularidades, ao mesmo tempo que as enriquecem num processo colaborativo. Escrever assim, é lançar múltiplas flechas de cupido nas mais variadas direções e nunca errar o alvo.


Don Johnson de Sales.


Alma nas pedras



Serão dias claros de céu azul e nuvens esculpidas pelos deuses. Haverão águas limpas, transparentes e refrescantes correndo à sombra de árvores altas e frutíferas. A cabeça livre de problemas e o corpo  entregue ao abraço envolvente da brisa revigorante. Assim serão os tempos vindouros. No balanço da rede preguiçosa, suas mãos nos meus cabelos, meus pensamentos em você. Pensava, entregue por completo à imaginação. Foi quando ouviu o barulho da dinamite despedaçando as pedras na pedreira de onde retirava o seu sustento.


Don Johnson de Sales.

Saudade em Alfred Schutz

Na forma máxima de intimidade, conhecemos, a "alma nua" do outro. Mas a separação envolve o outro num estranho disfarce, difícil de remover. Do ponto de vista do ausente, o desejo de restabelecer a velha intimidade - não só com pessoas, mas também com coisas - é a principal característica do que se chama de "saudade".

(O texto citado pertence a Alfred Schutz e foi extraído do livro "Fenomenologia e Relações Sociais/Zahar Editores).


A ignorância - Mãe de tragédias



A ignorância é uma força demoníaca e tememos que ela ainda seja a causa de muitas tragédias. Não por acaso os grandes poetas gregos a apresentavam como um signo trágico nos seus impressionantes dramas extraídos das casas reais das Micenas e Tebas.

Karl Marx.