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sábado, 24 de dezembro de 2011

Economia Criativa no Ceará: A fartura da criatividade e o desafio da inovação


A criatividade encontra-se democraticamente distribuída nos mais variados rincões de nosso Estado. Seja manifestada no artesanato, no aboio dos vaqueiros, nas anedotas e estórias contadas nas rodas de amigos e famílias, nos cordéis, reisados, guerreiros, bandas cabaçais, quadrilhas juninas, maracatu, capoeira, côco e repente, humor ou nas cantorias e cirandas. Também a juventude manifesta sua criatividade em produções contemporâneas que vão do Hip Hop ao skate, dos games ao rock, passando pelos vídeos, sites, blogs e redes sociais. A diversidade e intensidade da criatividade e seus resultantes é tanta que podemos afirmar que criatividade é um insumo abundante e aparentemente inesgotável no Ceará.

Porém, se a criatividade apresenta-se como onipresente em nossas manifestações culturais e no nosso dia-a-dia, outro elemento igualmente importante e determinante para o desenvolvimento da economia criativa não conta com a mesma robustez no Ceará. Trata-se da inovação. Esta não é de geração espontânea. Necessita de fomento, investimento, pesquisa e acompanhamento.

Temos criatividade de sobra, precisamos de inovação. E para alcançarmos a inovação necessitamos de formação, pesquisa e desenvolvimento tecnológico. Chegaremos a níveis satisfatórios de inovação apenas se pudermos contar com o apoio e empenho das universidades e instituições de pesquisa e ensino e com políticas públicas e ações governamentais voltadas para o desenvolvimento de tecnologias inovadores aplicáveis e replicáveis nas mais variadas manifestações culturais, artísticas e criativas de nosso povo.

A nossa criatividade aliada a inovação será capaz de gerar o valor econômico agregado ao produto cultural e assim assegurar as bases para o fortalecimento da economia criativa em nosso Estado.
Sem inovação não será possível desenvolver a economia criativa; Sem pesquisa e formação não será possível gerar inovação.

Desta forma nos deparamos com um grande e instigante desafio: Precisamos sensibilizar o poder público, a iniciativa privada e a sociedade para a urgência da elaboração e aplicação de um plano estratégico de fomento a inovação voltada para produtos, métodos e processos criativos que possam gerar e ou potencializar valor econômico.

E mais que incentivar e apoiar a inovação, teremos que assegurar sua disseminação junto aos produtores criativos e artistas populares para que o valor econômico agregado as produções criativas sejam socializados e funcionem como agentes da inclusão socioprodutiva e do desenvolvimento local endógeno e sustentável.

Johnson Sales - Consultor em Economia Criativa da Embaixada Social, Fellow Ashoka Empreendedores Sociais e Membro do Conselho Administrativo dos Centros Urbanos de Cultura, Arte, Ciência e Esporte (CUCAs) da Prefeitura de Fortaleza.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Lançada Rede Colaborativa de Economia Criativa do Ceará

Numa iniciativa fomentada pela Secretaria da Cultura e Secretaria da Educação do Governo do Ceará, várias entidades da sociedade civil, empresas e órgãos estatais juntaram forças e criaram a Rede E-Criativa durante solenidade na Assembléia Legislativa do Ceará


É o Ceará mostrando pioneirismo e inovação ao conseguir juntar tantos atores de vários setores numa colaboração institucional entre educação e cultura. De parabéns o Secretário da Cultura professor Pinheiro e a Secretária da Educação professora Isolda e todas as organizações participantes.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Minha trilha para esse final de ano

Meu ritmo, enquanto o ano se decompõe ante a minha vida que vai desacelerando como um final de clip, nesse término de 2011. E embora saiba da sombra do vulcão, o momento é de calma. Até quando a vida suportar.

Parabéns MH2O. Feliz aniversário!!

 
Hoje é o aniversário de 22 Anos do MH2O (Primeira organização de Hip Hop do Ceará e a maior do Brasil) Motivos de sobra para comemorarmos!!
Comemorando esta data hoje tem a final do D'RAPente Freestyle no CUCA Che Guevara em Fortaleza Ceará a partir das 17H encerrando a Semana Municipal do Hip Hop que tem como referência o dia 30 de Novembro (data de aniversário do MH2O).

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Contagem regressiva: Um show imperdível com MH2O



Poeta Urbano, Samara Lopes e Consciente Bee rappers da "velha escola" do Hip Hop cearense subirão ao palco mais uma vez para comemorar os 22 anos do MH2O e do Hip Hop cearense. O Dragão do Mar vai viver momentos históricos. Vale á pena conferir um show ideológico, regionalizado, alinhado com a consciência étnico racial, a equidade de gênero e os direitos da mulher e compromissado com a diversidade. A mais pura essência do Hip Hop cearense no palco para matar a saudade.

E ainda um desfile de novos talentos com representantes da "nova escola" do Hip Hop local: PR Expressão, Mira, Preto RAP, Divas, Quilombo Favela, Rimativa, Ana Cristina Souza (Cris MC), Eduardo MC, Gecyca Lima, Kim Vieira (ator), DJ Matim, BCH2, Joatan Freitas (poeta).

Roda de Break (livre) e Freestyle com os rimadores inscritos para o D'RAPente (A Batalha do Saber).

Confira Dia 24 de Novembro a partir das 20H no anfiteatro do Dragão do Mar. Aberto ao Público.

sábado, 19 de novembro de 2011

Tá chegando a hora!

Poeta Urbano, Samara Lopes e Consciente Bee rappers da velha escola do Hip Hop cearense subirão ao palco mais uma vez para comemorar os 22 anos do MH2O e do Hip Hop cearense. O Dragão do Mar vai viver momentos históricos.
Confira Dia 24 de Novembro a partir das 20H no anfiteatro.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

O setor Cidadão está mais triste e desfalcado

Nota de Falecimento
 
Comunicado Ashoka Empreendedores Sociais:

Caros/as Empreendedores/as Sociais da Rede Ashoka

É com grande pesar que comunicamos o falecimento de Luiz Baggio Neto, fundador da Associação Brasileira de Síndrome Pós-Poliomielite, empreendedor social de nossa Rede desde 1990.

O velório estará acontecendo até às 15h00 de hoje, no Cemitério Gethsemani, no Morumbi, em São Paulo/SP.

Temos certeza que sua marcante contribuição para a melhoria da qualidade de vida e a garantia dos direitos de pessoas com deficiência continuará a dar grandes frutos.

Abraços,

Flávio Bassi
Desenvolvimento Institucional e Integração de Empreendedores Sociais
Ashoka | Empreendedores Sociais | Brasil
55 (11) 3085-9190 ram 230
skype: flavio.bassi

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Ceará recebe Secretária Claudia Leitão e prepara Rede Estadual de Economia Criativa

Ministério da Cultura apresenta em Fortaleza Plano da Secretaria da Economia Criativa

Para definir as ações, diretrizes e políticas públicas para a economia criativa brasileira entre 2011 e 2014, o Ministério da Cultura apresenta o Plano da Secretaria da Economia Criativa. A solenidade de lançamento, que conta com a presença da secretária Cláudia Leitão, acontece nesta sexta-feira, 21 de outubro, no auditório do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, em Fortaleza. Participam do evento, os secretários da Cultura, Francisco Pinheiro, e da Educação, Izolda Cela, que vem articulando ações conjuntas para formação da Rede da Economia Criativa do Ceará, além de representantes de outras instituições cearenses que estão integrados nesta Rede, que será lançada oficialmente durante seminário no mês de dezembro.

O plano estabelece, segundo Cláudia, o compromisso do MinC em dialogar com todos esses parceiros e caminhar para um Plano Setorial de Economia Criativa: “Vamos ouvir junto com Sistema Nacional de Cultura, a população brasileira com o objetivo maior de formular, implementar, especialmente, monitorar, políticas públicas para o novo desenvolvimento, esse é o maior escopo da SEC/MinC”, conclui.

A Secretaria da Economia Criativa busca harmozinar o progresso tecnológico e o acesso de seus produtos e serviços as diversas camadas da sociedade brasileira, por meio do desenvolvimento local e regional, assim como idealizava o economista e ex-ministro da Cultura, Celso Furtado. Das linguagens artísticas ao artesanato popular, das tecnologias da informação aos serviços do design, da indústria da moda ao mundo dos games, a SEC/MinC busca o feliz casamento entre as artes, a ciência e as novas tecnologias.

O Plano da Secretária da Economia Criativa já está disponível<http://www.cultura.gov.br/site/wp-content/uploads/2011/09/Plano-da-Secretaria-da-Economia-Criativa.pdf> no site do Ministério da Cultura. Nele também é possível conhecer a metodologia usada pela equipe da SEC/MinC para sua construção. A intenção é que estados e municípios brasileiros possam seguir o modelo e implantar ações de economia criativa em seus planejamentos de gestão.

Serviço:
Evento: Lançamento do Plano da Secretaria da Economia Criativa - Políticas, Diretrizes e Ações 2011 a 2014

Local: Auditório do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura (Rua Dragão do Mar 81, Praia de Iracema - Fortaleza/CE)

Horário: 19h30

Fonte: http://www.secult.ce.gov.br/noticias/ministerio-da-cultura-apresenta-em-fortaleza-plano-1

Redes Sociais – Conheça as Redes Sociais mais Usadas no Mundo

Para os interessados em Redes Socias, SEO e SEM segue-se uma notícia interessante: Foi divulgado um panorama das redes sociais mais usadas populares em cada país ao redor do mundo. Os dados foram obtidos de Alexa.com no dia 17 de setembro de 2008, oriundos de usuários que usam o Alexa toolbar e de “dados de tráfego de diversas outras fontes” – segundo Alexa.com.

Gráficos por continente - comScore World Metrix – Junho 2007
Fonte: comScore World Metrix – Junho 2007
Foi constado que as redes sociais mais populares como o Orkut do Google ficou em primeiro lugar no Brasil, na Índia e no Paraguai. Já nos EUA o mais usado é o Myspace da Microsoft, sendo o Facebook o mais utilizado no Canadá, Austrália, e em alguns países da América do Sul, do Oriente Médio, e do Norte da África. Na América Central predomina a rede social HI-5 e por fim na Europa e na Ásia o cenário é bem variado, sendo grande o uso da rede social Bebo na Europa.
A imagem abaixo ilustra quais redes sociais são mais populares em cada país*:

oxyweb.co.uk
Fonte: Imagem extraída de http://www.oxyweb.co.uk/blog/


* Algumas mudanças a partir de agosto de 2008 ocorreram em relação a esse mapa:

Facebook superou HI-5 na Albânia
Facebook superou Myspace na Áustria
Facebook superou HI-5 em Bahamas
Facebook superou Myspace na Itália
Facebook superou Myspace na Líbia
Facebook superou Skyrock em Madagascar
Facebook superou Bebo na Nova Zelândia
Facebook superou Orkut no Catar
Facebook superou Orkut no Uruguai
HI-5 superou Myspace na Síria

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Desafio de Planos de Negócios 2011 da Rede de Incubadoras de Empresas do Ceará

Participem e/ou divulguem.


A REDE DE INCUBADORAS DE EMPRESAS DO CEARÁ (RIC) promove o 'Desafio de Plano de Negócios 2011' para receber ideias com soluções operacionais e tecnológicas inovadoras para se transformarem em "negócio" executável pelos empreendedores, em qualquer área da atividade produtiva.


Para entrar neste desafio, você deve se cadastrar no site 'www.ric.org.br/cpn' e escolher seu perfil entre empreendedor; micro e pequena empresa e empreendedor social.
Empreendedor: Pesquisadores, inventores, acadêmicos, pessoas físicas com capacidade para desenvolver empreendimentos inovadores.

Micro e pequenas empresas: Empresas de pequeno porte, em qualquer ramo de atividade, desde que desenvolva produtos ou serviços inovadores.

Empreendimento social: Empreendedores ou empreendimentos que têm finalidade de minimizar as desigualdades socioeconômicas.

As premiações para os melhores planos incluem notebook, consultoria para elaboração de projetos e gestão empresarial, hospedagem e passagens para cursos, feiras ou similares.

Para que possa crescer no mercado e ganhar novos clientes, este desafio foi feito para você.
Entre no site 'www.ric.org.br/cpn' e participe do 'Desafio de Plano de Negócios 2011”

Tecia Vieira Carvalho
88811670/9660 0317

domingo, 2 de outubro de 2011

Mais Coerência é preciso

Ao invés de simplesmente publicarem notas e comunicados á cerca de Greves e lutas sociais. Os partidos Políticos de esquerda deveriam discutir profundamente suas posições e de seus parlamentares e gestores nos prlamentos e gabinetes e se reposicionarem segundo sua tradição histórica de quando não ocupavam o poder. Não dá pra servir á classes sociais antagônicas. Esta é uma reflexão que todos precisam fazer. Não é coerente votar contra e escrever manifesto se solidarizando. Isso é irritante.

sábado, 1 de outubro de 2011

Ministério da Cultura e Sebrae assinam cooperação para ações de economia Criativa no Brasil

Economia Criativa

Ministra assina cooperação com o Sebrae para ações na Economia Criativa do país
A ministra da Cultura, Ana de Hollanda, e o presidente do Sebrae, Luiz Barreto, assinaram na manhã desta sexta-feira, 30 de setembro, em Brasília, Acordo de Cooperação entre as duas instituições que irá construir ações para a economia criativa brasileira e seus atores.
“Hoje em dia não dá para se pensar em uma estabilidade na cultura sem pensar numa política de Estado voltada para a sustentabilidade, porque o setor é informal e desarticulado”, declarou a ministra. Para Ana de Hollanda, a função do MinC é fazer com que a produção cultural chegue até o consumidor, mas explica que para acontecer, “esse trabalho depende de uma parceria como a que estamos fazendo agora com o Sebrae, e com várias outras parcerias que assinaremos em breve”, finalizou ao citar os acordos que o MinC assinará com o Ipea e com o IBGE nos próximos dias.

O Acordo de Cooperação entre o MinC e o Sebrae prevê, além das ações já definidas em acordo geral firmado em 2010, a estruturação de Observatórios da Economia Criativa, que irão sistematizar dados e informações sobre o setor, e a implantação dos Criativas Birô, escritórios que darão suporte técnico aos empresários do setor, inclusive em comunidades quilombolas, indígenas, dentre outras. Até 2015, serão investidos mais de 3 milhões de reais em ações de mapeamento, capacitação, apoio ao mercado, geração de negócios e gestão empresarial para a competitividade.

Segundo o presidente do Sebrae, Luiz Barreto, o mapeamento ajuda a capacitar e melhorar a gestão empresarial dos empreendimentos em economia criativa. “O Brasil hoje é um grande mercado consumidor, tem um avanço forte da classe média e isso é muito importante para essa economia. Isso já acontece em várias cidades do mundo, então o Sebrae quer ajudar essa economia a gerar renda e emprego”, afirmou Barreto.

Também faz parte das ações a identificação de vocações criativas nas 12 cidades que sediarão jogos da Copa do Mundo de 2014. Os dados a serem levantados serão cruzados com as oportunidades já identificadas no Mapa de Oportunidades para as Micro e Pequenas Empresas nas Cidades-Sede, trabalho encomendado pelo Sebrae à Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Para se ter uma noção da dimensão dessa nova economia no país, cerca de 3,7 milhões de pessoas trabalham para algum segmento criativo – design, moda, gastronomia, música, artesanato, novas mídias, games, dentre outros. As micros e pequenas empresas, juntamente com os empreendedores individuais, categoria que fatura até 60 mil reais/ano, representam 99% do total de empresas no Brasil.
Ainda como parte do Acordo, será elaborado um Guia do Empreendedor da Cultura, com informações sobre produção, como iniciar um negócio, como obter linhas de financiamentos, dentre outras. Serão oferecidos cursos, palestras e programas de fortalecimento associativo e da elaboração de projetos em gestão cultural, tudo com o objetivo de auxiliar o empreendedor criativo.
A secretária Cláudia Leitão, titular da Secretaria da Economia Criativa, em estruturação no MinC, que será responsável em gerir o contrato, destacou que essa é uma possibilidade de agir em território nacional e obter a parceria dos estados e dos municípios brasileiros. “Estamos afinando essas políticas e esse conjunto de ações que nós podemos realizar juntos, com orçamentos e recursos humanos que vão se somar para o sucesso dos trabalhos”, explicou Cláudia.

(Texto: Sheila Rezende, Ascom/MinC)
(Fotos: Lula Lopes, Ascom/MinC)

Opinião: “Perde e Ganha” na Greve dos professores no Ceará


Um panorama parcial da questão

Perdem:

O Governo do Estado - Que se desgasta e perde a confiança da categoria. E ainda sai dessa greve com o governador marcado pelas declarações impensadas que revoltaram a sociedade, e mostraram instabilidade diante das contradições sociais do ato de governar. E “de quebra”, ainda gastou boa parte de seu capital político no interior do estado. Por fim, Cid Gomes corre o risco de passar para a história como o governador que aplicou o mais duro golpe na carreira e no movimento sindical dos professores do Ceará.

O PT – Historicamente identificado e alinhado com a luta dos funcionários públicos e em especial dos professores, sai dessa mobilização extremamente desgastado por não conseguir defender a categoria diante da truculência de um governo, do qual compõe a base.  Ainda viu sindicalistas históricos e parlamentares petistas de grande respaldo, inclusive prefeituráveis, saírem desta greve  “queimados” e ou com prestígio abalado.

A Categoria – Que se viu em meio a uma série de interesses, na maioria das vezes bem distintos dos seus. E acabou perdendo todas as oportunidades de uma boa negociação.  “Dando a linha” nas assembleias e ultra-radicalizando o movimento, esteve o tempo todo, um conjunto de oposicionistas (PSTU, PSOL, anarquistas, Conlutas, entre outros) ao Governo, ao PT e ao sindicato Apeoc, tendo como principal interesse desgastar o PT e o Governo, diminuir sua influência nas eleições de 2012 e claro, avançar na educação das massas e na demonstração dos limites do estado burguês. Só que nesse enredo, as questões pragmáticas da categoria como a conquista do Piso Salarial e o PCC, foram postas em segundo plano. A ideologia e o movimento social saíram fortalecidos, a categoria saiu perdendo.

O Sindicato APEOC – Fragilizado historicamente devido às inúmeras gestões conservadoras e afastadas do gosto pela democracia interna e o trabalho de base. O Sindicato que agora tem sua diretoria em parte ocupada por sindicalistas dispostos a reaproximar a APEOC das lutas e da base, não foi capaz de administrar as contradições geradas pelos esquerdistas (não pejorativo), e pela insensibilidade do Governo. A APEOC sai endividada pelas multas decorrentes da declaração de ilegalidade da greve, e no mínimo, com o seu prestígio de interlocutora da categoria, reduzido diante do Governo. Se tiver algum ganho para a Apeoc, este residirá no fato de terem conseguido viver a democracia, submeter-se à base e não abandonar a luta (coisa inimaginável em gestões anteriores). Este ganho é facilmente creditado a ala mais progressista e à esquerda do sindicato que enfrentou externamente os “esquerdistas” e a truculência do Governo e internamente enfrentou e venceu uma ala conservadora que pressionava o tempo todo para que o sindicato adotasse as velhas práticas antidemocráticas que o fragilizou historicamente.

Os Estudantes: Que no meio do fogo cruzado, perdem aulas, ficam em desvantagem em relação ao ENEM e se veem diante das incertezas de um calendário letivo dessarrumado, com uma reposição de aulas incômoda. E o pior, fora das escolas e ainda mais expostos ás ruas. Para os que se engajaram nas mobilizações e lutas dos professores, fica o aprendizado da cidadania e a velha e boa educação do movimento social que certamente forma mais o cidadão do que a escola. Porém, se perde tempo e conteúdo didádico na jornada mais cotidiana rumo à conclusão dos cursos e a preparação para a universidade e para o mundo do trabalho. Elementos que também são importantes na vida dos jovens e que à longo prazo pode assegurar uma mudança qualitativa na vida desses estudantes (baseado nas contribuições de Luiz Carlos Velloso e Leonardo Sampaio Furtado).

Ganham:

Os EsquerdistasConlutas/PSTU: Que ganhou mais visibilidade em meio á categoria e ampliou a chance de novas adesões, além de avançar no desgaste da direção da Apeoc, da CUT e do PT; Critica Radical: Beneficiado pela visibilidade em meio à categoria, pela possibilidade da ampliação de seus quadros, e pelos holofotes conquistados por seus militantes feridos e em greve de fome durante a ocupação da Assembleia.

PSOL - Talvez o maior beneficiado, pelo menos eleitoralmente. Com o clima de insatisfação gerado em meio à categoria dos professores e estendido para amplos setores da sociedade de Fortaleza, o “antipetismo” pregado pelos “esquerdistas”, e o profundo desgaste do Governo do Estado. O PSOL poderá colher muitos frutos nas eleições de 2012, já que dos partidos oposicionistas, é o de maior viabilidade e densidade eleitoral, em especial em Fortaleza.

No mais, estamos vivendo um importante momento histórico em que as contradições de governar, apoiar governos e militar nas causas e interesses dos trabalhadores, estão sacudindo o cenário político e cobrando de todos nós inteligência, estratégia e tática e principalmente coerência com nossa história e com nossa ideologia.

E o mais interessante é que tudo isso, ainda não terminou. A luta dos professores e as contradições do momento político continuam, outras categorias como Correios e Bancários também estão em greve e devem ocupar espaço nesse cenário em ebulição. E todos nós, continuamos sob a influência de nossas contradições e pressionados a optar por caminhos ideológicos e políticos. Sabendo que “A cada opção, corresponde uma renuncia”.


Johnson Sales.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

MinC aposta tudo na economia criativa

Misto de planejamento para os próximos anos e estruturação da pasta, o Plano da Secretaria de Economia Criativa foi divulgado na última segunda-feira. Nele, definições e direcionamentos para os anos 2011-20

A Secretaria da Economia Criativa do Ministério da Cultura é dirigida pela professora cearense Cláudia Leitão (ALEX COSTA, EM 11/05/2006)

A Secretaria da Economia Criativa do Ministério da Cultura é dirigida pela professora cearense Cláudia Leitão (ALEX COSTA, EM 11/05/2006)

Não há números nem estatísticas sistematizadas sobre o setor da economia criativa no Brasil. Por mais que esse nicho de mercado ainda não acompanhe a estruturação de outros setores, mundo afora, estamos, nós falantes do português brasileiro, ainda mais atrasados. Isso de acordo com o Plano da Secretaria da Economia Criativa, divulgado na última segunda-feira e lançado um pouco antes, na sexta, 23. Misto de estruturação e plano de ações para os anos 2011-2014, o plano está sendo apontado como o documento mais importante feito pela gestão de Ana de Hollanda, iniciada em janeiro desde ano.

Segundo Cláudia Leitão, titular da pasta, o trabalho vinha sendo desenvolvido desde abril, com profissionais das mais diversas áreas, dos ministérios, agências de fomento, instituições internacionais, sistema S (Sesc, Senac), universidades, segmentos criativos, entre outros. A secretaria, apesar de criada, ainda não foi institucionalizada, mas se configura como ponto essencial para o Governo Federal como um todo – tendo a presidente Dilma afirmado sobre a importância da sistematização da economia da cultura.

Na ocasião do lançamento, na Casa Rui Barbosa, no Rio de Janeiro, dentro do 2º Seminário Internacional de Políticas Culturais, Cláudia Leitão anunciou também que até o final do ano estarão em funcionamento cinco projetos-piloto do Criativa Birô, escritório para apoio ao empreendedor criativo, com assessoria jurídica, de comunicação, linhas de crédito e formação profissional. Está sendo levantado, ainda, o material relativo à construção da Convenção da Diversidade Cultural brasileira, “não só como patrimônio, mas como recurso econômico”, declarou à imprensa.

“Porque nós não temos metodologia, não temos números confiáveis, não temos números dos estados comparáveis com outros países da América Latina”. De acordo com a secretária, isso faz com que o Brasil não apareça como exportador de serviços criativos, nem tenha dados sobre o Produto Interno Bruto (PIB) dessa economia, que está crescendo a taxas de 4% a 6% em todo o mundo. “O que prova que ela tem uma sustentabilidade, não polui, trabalha mais com a abundância do que com a escassez, é uma economia cooperativa, é desconcentradora”, completou.

No plano, o termo Economia Criativa é definido. No decorrer do documento de 148 páginas, que pode ser encontrado no endereço http://bit.ly/rtsyjT, a discussão versa sobre as necessidades dos setores criativos, apontando os desafios da área. Segundo o texto, inspirado em ideias de Celso Furtado (que foi ministro da Cultura entre 1986 a 1988), os setores criativos “são todos aqueles cujas atividades produtivas têm como processo principal um ato criativo gerador de valor simbólico, elemento central da formação do preço, e que resulta em produção de riqueza cultural e econômica”. (com as agências)


SERVIÇO: GT ECONOMIA VIVA
O quê: Bate-papo virtual com intuito de debater o Plano da Secretaria da Economia Criativa.
Quando: Hoje, às 20h.
Como participar: O link direto será disponibilizado pelo perfil de Andrea Saraiva na rede social Twitter (@andreasaraiva), a partir das 18h.
Participantes: Além de Andrea Saraiva, que foi implementadora da ação Economia Viva no Minc, participam ainda Taciana Portela, ex-chefe da Regional do MinC no Nordeste, e Liduína Lins, ex-consultora do MinC Nordeste.



Saiba mais

O Plano traz ainda diversos textos de especialistas, como Lia Calabre (A problemática do desenvolvimento dentro do campo de construção de políticas culturais), Ana Carla Fonseca (Economia Criativa: um novo olhar sobre o que faz a diferença) e Humberto Cunha (O Ponteiro da Bússola), entre outros.
Júlia Lopes

julialopes@opovo.com.br

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Um encontro pra não perder

MH2O e Coordenadoria de Juventude do Governo do Ceará buscam entendimento

A reunião aconteceu no gabinete do governador e representou um esforço conjunto para buscar o entendimento e repactuar as relações. Durante o encontro, Lideranças do MH2O/Dias de Luta apresentaram as seguintes propostas de ajustes na condução da Coordenadoria e na Política de Juventude do Estado:

1. Montagem de um grupo de trabalho com organizações e movimentos de juventude e agentes do poder público (responsáveis por ações de juventude nas secretarias e órgãos do Governo) para pensar estrategicamente a politica de juventude do Ceará;

2. Montagem de uma agenda de trabalho nas secretarias para o desenvolvimento de ações (inclusive intersetoriais) de juventude;

3. A chancela da Coordenadoria para algumas tecnologias sociais para facilitar e dar celeridade á tramitação junto ao governo a fim de aproximá-las de politicas públicas;

4. Organização do fórum de gestores de politicas públicas do Ceará;

5. Desenvolvimento de um programa de empreendedorismo criativo para a juventude cearense com financiamento de empreendimentos de jovens e disponibilização de crédito;

6. Democratização das relações institucionais da Coordenadoria de juventude com o fim das relações privilegiadas com alguns grupos;

7. Transparência nas contratações de consultorias e serviços para as Conferências;

8. Protagonismo da Coordenadoria de Juventude nas ações envolvendo Crack e violência juvenil no estado (realização de estudos, seminários, diálogos e projetos relacionados com o tema);

9. Fim da dependência das politicas públicas federais (a exemplo do Projovem) e elaboração de um conjunto de estratégias e ações em resposta as grandes demandas da juventude de nosso estado, que apoiadas na experiência e qualidade dos movimentos e organizações locais, possibilitem a geração de uma marca cearense para as PPJs do Governo do Ceará;

10. Realização de consulta pública ás juventudes do estado para saber quais suas prioridades e principais demandas;

11. Eleição direta para o Conselho Estadual de Juventude;

12. Campanha da Coordenadoria de Juventude do Governo do estado para coibir o desrespeito dos programas policiais sensacionalistas de televisão contra os jovens da periferia e a exposição dos usuários de crack e outras drogas para efeito de audiência por esses programas e emissoras;

13. Prestação de contas pública sobre os resultados da última conferência estadual de juventude.

Após quatro meses de fortes críticas feitas por referenciais do MH2O/Dias de Luta à condução do órgão governamental, essa é uma perspectiva concreta de normalização das relações. Principalmente devido ao Movimento reconhecer o compromisso do Governo Cid em relação aos jovens e limitar suas divergências ao modo como a Coordenadoria tem sido conduzida até então.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Defesa do retorno do “Cred-Cultura”


O Cred Jovem é sem dúvidas um grande programa e o maior e mais completo do gênero no Brasil. E o mérito da Prefeitura de Fortaleza (Secretaria de Desenvolvimento Econômico-SDE e Coordenadoria Municipal de Juventude) deve ser reconhecido. Porém, ter desativado o Cred Cultura que era a versão do Cred-Jovem específica para a área cultural, foi uma perda. E atualmente, para as pretensões da Economia Criativa em Fortaleza seria muito bom poder contar com o Cred-Cultura como elemento de fomento ao empreendedorismo juvenil no Âmbito da Economia Criativa.

domingo, 18 de setembro de 2011

Trabalhador Criativo e Empreendedor Criativo:

 
Diferenças, semelhanças e desafios.
*Por Johnson Sales

O Trabalhador Criativo, geralmente não consegue apreender todo o conteúdo de sua produção: Sites de busca, redes sociais, blogs, empresas de internet, de comunicação e de telefonia entre outras, apoderam-se do fluxo de informação gerado por seus usuários, que produzem, copiam, colam, sistematizam, adequam e compartilham conteúdos de forma colaborativa e na maioria das vezes, gratuita. 

Para muitos, a flexibilização do direito autoral e das patentes da produção criativa, aliados á livre produção colaborativa e á circulação gratuita de produtos e serviços, são tratadas como campo de militância e opção ideológica e como adesão a uma espécie de socialismo baseado em redes.

Mas se por um lado, a economia criativa possibilita o rompimento com a avareza e o liberalismo, aspectos clássicos do capitalismo. Por outro lado, se os Trabalhadores Criativos atuarem de forma desatenta em relação á voracidade e oportunismo do mercado e á regras básicas econômicas; terminarão por fortalecer e financiar as atividades de capitalistas que montam seus negócios e baseiam seus lucros na expropriação dos direitos autorais e patentes da produção criativa. 

Abrir mão indiscriminadamente dos direitos patrimoniais dos produtos e serviços criativos, pode significar o financiamento involuntário de atividades capitalistas predatórias no âmbito da economia criativa; e torná-la tão concentradora, opressora e injusta quanto a economia capitalista convencional. Isso, é claro, dificulta e pode até impedir o desenvolvimento de uma atividade econômica sustentável (no sentido mais amplo) para o setor.

Portanto, um dos grandes, senão o maior, desafio para os Trabalhadores Criativos é encontrar o equilíbrio entre a distribuição gratuita de produtos e serviços de forma não capitalista, por meio de atividades solidárias, colaborativas e cooperativas e o desenvolvimento de um setor econômico baseado na inovação e na criatividade, que consiga praticar Comércio Justo, Economia Solidária, Responsabilidade Social Empresarial e promover a Inclusão Economia e o Desenvolvimento Local Endógeno

É nesse contexto que se insere o Empreendedor Criativo.

O Empreendedor Criativo se diferencia do simples Trabalhador Criativo por apresentar qualidades e capacidades que o possibilitam acessar a parte lucrativa do mercado, e usufruir do valor econômico da sua produção de forma mais organizada e eficiente. O Empreendedor Criativo milita na economia fazendo de suas atividades produtivas e comerciais uma extensão de sua concepção de mundo e de seu posicionamento ideológico.

O Empreendedor Criativo é também um Empreendedor Social.

Um empreendedor social é um "indivíduo com experiência na área social, desenvolvimento comunitário ou de negócios, que persegue uma visão de empoderamento econômico através da criação de empreendimentos sociais voltados para prover oportunidades àqueles que estão à margem ou fora da economia de um país". (Jed Emerson e Fay Twersky, editores do livro "New Social Entrepreneurs: the success, challenge and lessons of Non-Profit Enterprise creation" (The Roberts Foundation, São Francisco, 1996).

Empreendedores sociais têm características semelhantes aos empreendedores de negócios. Porém, diferem-se por priorizar a maximização dos retornos sociais ao invés da maximização do lucro. Empreendedores sociais são executivos do setor sem fins lucrativos que prestam maior atenção às forças do mercado sem perder de vista suas missões (sociais).

O Empreendedor Criativo desenvolve ideias originais e inovadoras e empreende baseado na criatividade, equilibrando sustentabilidade e impacto social positivo. Pode atuar tanto no setor sem fins lucrativos quanto no mercado, sempre pautando sua atuação por valores sociais, ambientais, culturais e ideológicos que ajudam a construir a Economia Criativa como alternativa á economia capitalista tradicional.


*Johnson Sales é Consultor em Economia Criativa e Advocacy da Embaixada Social, Conselheiro Administrativo dos Centros de Cultura, Arte, Ciência e Esporte (CUCAS) da Prefeitura de Fortaleza, Coordenador de Relações Internacionais do MH2O e Fellow da Rede Ashoka Empreendedores Sociais.

sábado, 17 de setembro de 2011

Economia Criativa: SURF

27-05-2011 09:32
Consumidores: Três em cada dez roupas do brasileiro são de praia Surfistas do asfalto são os que mais consomem o estilo. 
 
Bermuda florida, camiseta colorida, óculos escuros e saia de tecido impermeável. Só faltou o sol para completar o visual surfista que veste 30 milhões de consumidores no país. E como calor é o que não falta no Brasil, praticamente 3 em cada 10 peças de vestuário vendidas por aqui entram na categoria de moda praia, ou o chamado surfwear.


No ano passado, o setor movimentou R$ 1,5 bilhão em vendas, segundo dados da Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil), o que coloca o brasileiro entre os povos que mais consomem esse tipo de roupa no mundo. A associação diz que, em 2010, foram produzidas 300 milhões peças (incluindo biquínis, sungas e maiôs) e importadas outras 300 mil.


O empresário Romeu Andreatta é um dos que ajudam a dar uma ideia do que esse segmento representa para o setor de vestuário do país. Surfista desde os dez anos (hoje ele tem 52), ele já foi até editor de revista especializada e agora organiza o FestivAlma Surf, considerado a principal vitrine da cultura surfe – tanto para adeptos ou curiosos quanto para as empresas, que podem encontrar as principais novidades do ramo.


- Eu vejo que esse segmento é muito plural, com consumidor em todas as classes e faixas etárias. O Brasil tem mais de 8.000 km de praias no seu litoral. Consumimos tantas roupas assim que somos o terceiro mercado mundial desse segmento. Só perdemos para a América do Norte, que é o primeiro [porque reúne Estados Unidos, México e Canadá], e para a Europa como um todo.

É fácil encontrar um consumidor na rua com pelo menos uma peça de vestuário do estilo praia, mesmo em dia de garoa em São Paulo. Moletom da Osklen, bermuda da Mormaii, óculos da HB, boné da Billabong, tênis da Redley, e outras combinações das dezenas de marcas que atuam no mercado são mais do que comuns entre os jovens das grandes cidades – tenha ela praia ou não.


- O paulista tem encantamento com o mar, e isso explica essa voracidade de estilo de vida de estar na praia. Hoje, nem é preciso mais ser feriado nem data especial para as estradas ficarem engarrafadas. São Paulo rivaliza até com o Rio de Janeiro e com Los Angeles o posto de “cidade do surfe” mundial. E a cidade não tem praia.


Pesquisa encomendada pelo empresário para a realização do FestivAlma Surf mostrou que as seis principais empresas do segmento faturaram, sozinhas, mais de R$ 2 bilhões por aqui. A expectativa de crescimento para este ano é de 10%. Isso faria com que mais do que 3 em cada 10 roupas vendidas no Brasil (ou mais de 30% do total) fossem desse estilo.


Praia é no shopping 


Na cidade de São Paulo, um dos locais frequentados pelo público que consome surfwear fica no meio de um mar de concreto. O shopping Metrô Tatuapé, ao lado da Radial Leste e com saída direta para a estação de metrô de mesmo nome, tem a maior variedade desse estilo entre suas lojas.


Das 300 lojas, 78 (ou 26%) são de moda em geral, vendendo roupas ou sapatos. Entre elas, seis (8% do total) são especificamente para o segmento surfe, como explica a gerente de marketing Flávia Tegão.


- [O segmento] é bem representativo. Temos uma parcela grande dessas lojas em comparação com outros shoppings. Mas esse ramo tem uma característica que ele não está restrito ao surfe, mas tem um mix com streetwear [voltado para as modas de culturas de skate, patins e outros esportes do gênero].


Fábio Gliosci, proprietário da rede Central Surf, afirma que a procura por roupas de estilo praia são bastante grandes, mesmo no frio, “quando as vendas caem um pouco, mas se mantêm”. E isso não depende do preço: o valor médio que um jovem gasta na loja é de R$ 226. Para ele, o desejo desse estilo é o que explica as vendas.


- Considero esse valor alto. Mas não dá para negar que é uma moda de grande interesse. É um desejo de consumo. E quem move isso nem são os praticantes, mas os simpatizantes do esporte. Sem contar na questão de identificação de grupo: nossos funcionários têm perfil de primeiro emprego. Praticamente damos a roupa, eles têm desconto para vestir a camisa literalmente.


Essa estratégia é o que atrai os simpatizantes. Andreatta diz que, dos 30 milhões de consumidores de surfwear do país, só 3 milhões (ou 10%) de fato pegam onda com suas pranchas. Para ele, ainda há muito espaço para crescer.


- Toda a cadeia de vestuário de surfwear moveu cerca de R$ 9 bilhões no ano passado. Isso dá 7% do PIB [Produto Interno Bruto, soma de todas as riquezas produzidas no país]. Colocando os setores de produção de equipamentos e acessórios [pranchas, óculos, nadadeiras e outros], temos 13%.


E ele dá a dica: “Para quem vai começar, hoje qualquer praia tem escolinhas de surfe tocadas por surfistas que resolveram se manter na área. Em um final de semana de aula, dá para aprender truques que antes demoravam cinco anos para ser dominados. Uma prancha boa para iniciante [o longboard, mais comprido e estável na água] sai de R$ 800 a R$ 1.600. O resto é se permitir a experiência que é deslizar na água.”

 
Fonte: R7