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quinta-feira, 13 de junho de 2013

Dúvidas sobre cidades apavoradas



Tenho dúvidas em relação ao "pavor" que tem se propagado pela sociedade cearense em relação à violência. Não que eu negue ou não enxergue os índices aumentando. É que gostaria de saber se comparados (proporcionalmente, claro) com índices de quarenta ou cinquenta anos atrás, esses números são realmente tão avantajados. O estado cresceu; se urbanizou, as questões sociais se acirraram; a TV foi tomada de assalto por dezenas de horas de programas sangrentos e sensacionalistas; a violência virou prioridade na pauta de todos os telejornais; políticos se elegeram e mantém seus votos atrelados à espetacularização do mundo do crime; as políticas exageradamente repressivas em relação às drogas fracassaram e estamos às portas de uma nova eleição. São reflexões apenas. Mas gostaria de ver esse tema tratado de uma forma menos "apavorada" e "apavorante" e com mais argumentos, dados e reflexões críticas. Pois tenho notado que por baixo, ou por trás, dessa espetacularização toda, vem despontando coisas absurdamente fascistas como a redução da maioridade penal, aumento (várias vezes comemorado) dos linchamentos de "delinquentes" e "criminosos", o tratamento à força de dependentes químicos, a tal "bolsa estupro" e uma repressão ainda maior aos jovens pobres (que já superlotam os presídios) em nome do combate ao tráfico de drogas e a violência. Refletir não ofende. Ou pelo menos, não deveria.