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domingo, 15 de novembro de 2015

MAIS NA CIDADE DO QUE EM SI


Inquietação e desconforto lhe sacudiam a alma naquelas horas pesadas. Uma angústia dessas que invadem os limites da zona segura dos pensamentos certeiros. Nunca temera um front. E continuava assim. Mas o tempo se apoia no vento quente que arremessa as folhas para o lado oposto da árvore da vida. Tão limpo o chão e a mente neste terreiro de festas, celebrações e batalhas. Prédios se erguem de encontro ao céu e o arranham sob o olhar atento do poeta. E no final, a chave de tudo se encontra no cofre do espírito cansado que se levanta mesmo assim. Tão bonita a sua história para que a negue, ela lhe diz. Não percebe que a história está longe do fim. E reinventar-se não significa negar a sua história ou a si. E o quanto já tem de si na cidade e da cidade em si? Se pergunta do alto do quinto andar de um antigo edifício do centro abandonado da cidade calada, deserta, contida, desperta e ciente do seu imprevisível e constante devir.

DJ de S.

Inception

"Quem vem das ruas não joga fácil"