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segunda-feira, 16 de abril de 2012

Nelson Mandela e "A internet como receptáculo moderno da memória da humanidade"


Memória de internet

Publicado em 16/04/2012


Cada vez mais numerosa, lista de acervos digitalizados de cientistas e personalidades conta agora com coleção de Nelson Mandela. A tendência, que pode ajudar a preservar a história da ciência e das lutas sociais, ainda tem poucas e isoladas iniciativas brasileiras. 
 
Memória de internet
Diários, bilhetes, cadernos, cartas, fotos: acervos ‘on-line’ reúnem enorme quantidade de documentos de grandes cientistas e personalidades e permitem conhecer o passado e pensar o futuro da ciência e das lutas sociais. (montagem: Marcelo Garcia) 
 
O lançamento recente de um acervo on-line de documentos e imagens do líder político sul-africano Nelson Mandela é mais um passo de um movimento que tem reforçado o papel da internet como receptáculo moderno da memória da humanidade. Mandela entra para a lista de grandes cientistas e personalidades que passam a ter um vasto material relacionado à sua vida preservado e acessível na rede. No Brasil, iniciativas desse tipo, verdadeiros convites a conhecer o passado e grandes oportunidades de pensar sobre o futuro, ainda são isoladas e esbarram na falta de investimento e numa cultura que pouco valoriza sua história.

O acervo do líder africano foi disponibilizado pelo Centro de Memória Nelson Mandela em parceria com o Instituto Cultural Google. Entre as fotos, diários e documentos digitalizados, estão um mandado de prisão, cartas escritas do cárcere para sua família e até seu cartão da igreja. A CH On-line já abordou iniciativas parecidas, quando do lançamento dos acervos digitais dos físicos Albert Einstein e Isaac Newton, por uma universidade de Jerusalém e pela Biblioteca Digital de Cambridge, respectivamente.

A Biblioteca de Cambridge tem o projeto de digitalizar todo seu acervo de sete milhões de livros e documentos. A biblioteca britânica, aliás, tem o projeto de digitalizar todo o seu acervo de sete milhões de livros e documentos. Até agora, entre o material on-line é possível conferir, por exemplo, uma série de textos islâmicos, alguns com mais de mil anos, e um acervo do naturalista britânico Charles Dawrin, que conta com rascunhos da teoria da evolução e notas de sua viagem no Beagle. Quem também está interessada na área é o Google, que pretende usar o projeto de Mandela como modelo para resgatar a vida de outras personalidades do século 20.

História digital do mundo

Há muitos outros exemplos desse recente ‘ganho de memória’ da internet. A vida do próprio Sir Isaac é alvo de outras iniciativas, como o Newton Project, da Universidade de Sussex, e um projeto da Biblioteca Nacional de Israel que aborda o lado místico do personagem. Interessado em teologia e alquimia, ele via na análise das escrituras sagradas uma ciência capaz, inclusive, de prever o fim do mundo (em 2060, anotem aí).
Acervo Mandela
Ao ter seus arquivos pessoais disponibilizados na internet, Nelson Mandela se junta a personalidades e cientistas como Newton, Einstein e Darwin. (imagem: reprodução)
Nos Estados Unidos, diversos nomes importantes para a formação do país têm seus acervos disponíveis on-line, como Abraham Lincoln, Benjamin Franklin e Thomas Jefferson – iniciativas mantidas pela Biblioteca do Congresso e pelas universidades de Yale e de Princeton, respectivamente. O ativista político Martin Luther King Jr também possui uma coleção digital, com fotos e rascunhos de seus mais importantes discursos.

O Instituto Americano de Física preserva acervos com mais de 30 mil documentos de diversos cientistas e uma coleção de história oral com centenas de entrevistas, além de promover exposições on-line sobre importantes personagens da história da ciência, como Marie Curie e suas descobertas sobre a radioatividade e Werner Heisenberg, um dos fundadores da mecânica quântica. Na área de economia e política, o Avalon Project reúne documentos como o Código de Hamurabi e até o Tratado de Tordesilhas.

Amnésia brasileira

Apesar da importância que a pesquisa brasileira apresenta hoje, as iniciativas de resgate dessa história ainda são muito isoladas no país. Na opinião do jornalista e historiador da ciência Cássio Leite Vieira, editor de internacional da revista Ciência Hoje, elas esbarram na falta de uma cultura de preservação. “Temos pouca tradição no campo e, em geral, a história recebe pouco destaque na formação dos novos pesquisadores”, afirma.

Especialista em filosofia e história da ciência, Antonio Augusto Videira, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), critica o atual modelo produtivista de construção do conhecimento. “É fundamental valorizar nossa história, pois só assim podemos avaliar as consequências de nossas decisões”, defende. “Por isso, são necessárias políticas públicas e ações pulverizadas, com a formação de redes, pois o material a ser preservado é maior que a capacidade das instituições dedicadas a esse trabalho.”
Coletânea de acervos
Diversas iniciativas internacionais têm ajudado a recuperar a memória de grandes cientistas. O Brasil conta com projetos isolados, mas que já o colocam em posição de destaque entre países sulamericanos e em desenvolvimento. (imagens: reprodução; montagem: Marcelo Garcia)
Uma dessas instituições é a Casa de Oswaldo Cruz (COC), da Fiocruz, que preserva – e agora disponibiliza na internet – acervos de pesquisadores da área da saúde, como Carlos Chagas e Adolpho Lutz. O historiador Paulo Elian, vice-diretor da entidade, defende a importância de combinar preservação com pesquisa histórica e divulgação científica e destaca a falta de políticas públicas no setor. Na própria Fiocruz, outro acervo interessante é o do sanitarista e político Sérgio Arouca, criado pelo Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em saúde (Icict).

Outra instituição com tradição em preservar a história da ciência, o Museu de Astronomia e Ciências Afins (Mast), guarda documentos de pesquisadores como o médico Olympio da Fonseca e o físico Bernhard Gross, mas pouco desse material está disponível on-line. Situação parecida com a da Fundação Getúlio Vargas (FGV), que reúne documentos de personalidades que vão do médico e político Arthur Neiva a Tancredo Neves, porém disponibiliza pouco desse acervo na internet. A FGV mantém, ainda, projeto de preservação da história oral por meio de entrevistas com grandes personalidades sobre a sociedade brasileira.

Algumas universidades, como a Estadual de Campinas (Unicamp), também possuem acervo on-line de pesquisadores como o físico César Lattes e o historiador Sérgio Buarque de Holanda. Documentos e imagens de cientistas como Nise da Silveira e José Reis estão disponíveis no Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia. Outras iniciativas isoladas preservam pequenos acervos de figuras como José Bonifácio, Santos Dumont, Juscelino Kubitschek e Paulo Freire. Há ainda material sobre episódios importantes da história brasileira nos sites da Biblioteca Nacional, do Acervo Nacional e da Rede da Memória Virtual.

Apesar de toda a limitação apontada pelos especialistas, há exemplos interessantes de ricos acervos já disponibilizados on-line no Brasil. Por isso, a arquivologista Maria da Conceição Castro, chefe do departamento de documentação da Casa de Oswaldo Cruz, destaca o pioneirismo do país. “Os sistemas de acervo informatizados são recentes e requerem um grande detalhamento e investimento.

É claro que existem problemas, mas estamos bastante adiantados em relação aos países sulamericanos e em desenvolvimento.”

Marcelo Garcia
Ciência Hoje On-line
Fonte: http://cienciahoje.uol.com.br/blogues/bussola/2012/04/memoria-de-internet

Excelente documentário com empreendedores sociais ashoka. Entre eles Joaquim Melo do Banco Palmas de Fortaleza-CE


QUEM SE IMPORTA é um documentário longa metragem sobre empreendedores sociais no Brasil e ao redor do mundo. Pessoas brilhantes, que criaram, cada qual, uma organização inovadora capaz de não só mudar a sociedade ao seu redor, mas também causar impacto social suficiente para que estas idéias possam virar políticas públicas aplicadas em várias partes do mundo. Um filme que, através de cada um de seus personagens, vasculha o mundo atrás de pessoas magníficas que oferecem simples soluções para as mais graves questões que nos afetam profundamente.

O filme conta com grandes nomes internacionais do Empreendedorismo Social como Muhammad Yunus (Nobel Paz 2006), Bill Drayton, Mary Gordon, entre outros.

Narração de RODRIGO SANTORO

COM Muhammad Yunus, Bill Drayton, Al Etmanski, Bart Weetjens, Dener Giovanini, Eugenio Scannavino Netto, Isaac Durojaiye, Jehane Noujaim, Joaquim Melo, Joaquín Leguía, John Mighton, Karen Tse, Mary Gordon, Oscar Rivas, Premal Shah, Rodrigo Baggio, Vera Cordeiro e Wellington Nogueira.

Direção de Fotografia CRISTIANO WIGGERS e DADO CARLIN Montagem ANDRÉ FINOTTI e RENATA TERRA Música Original ALEXANDRE GUERRA Som Direto CANTÍDIO COSTA, MIQUÉIAS, PEDRO MOREIRA e SAMUCA Edição de Som INPUT ARTE SONORA

Direção de Arte e Animação RENATO BATTAGLIA e SYLVAIN BARRÉ Animações, Artes e Gráficos BATTAGLIA FILMES e CITRONVACHE

Produzido por TATIANA BATTAGLIA e MARA MOURÃO Produção Executiva MAURICIO DIAS E FERNANDO DIAS Produção TÚLIO SCHARGEL Produtor Associado GULLANE FILMES Um filme de MARA MOURÃO