Gostaria
de ver menos reclamações e mais providências por parte da gestão municipal
atual de Fortaleza. Se alguém tem que estar se lamentando é uma multidão de
trabalhadores terceirizados que estão perdendo seus empregos. Nossa cidade saiu dessas
últimas eleições dividida ao meio. Não precisa de tanto acirramento contido
nesses esforços para desgastar a gestão
passada. Na minha (talvez ingênua) visão, o momento seria de trabalhar e buscar
reconciliar às duas metades divergentes de eleitores de Fortaleza em torno da
preparação de nossa gente para os muitos desafios que se interpõem entre nós e
um futuro melhor. O crack, a violência, a pobreza extrema, o desemprego, o
baixo IDH, nosso meio ambiente ameaçado, nosso trânsito assassino e sufocante,
nosso saneamento básico precário, nosso transporte coletivo insuficiente e
desrespeitoso, as vidas perdidas de nossa juventude, deveriam ser os temas
principais de uma agenda urgente-urgentíssima do novo prefeito que
corajosamente anunciou como prioridade "derrubar o muro da vergonha" que
simboliza as desigualdades sociais de nosso município. Esses temas também
deveriam pautar nossos jornais, TVs, mídias sociais e formadores de opinião,
todos debatendo profundamente e buscando soluções, ao invés de repetirem
exaustivamente esse "mantra do caos" que só fomenta o ódio e o rancor
Fratricida entre grupos e setores de nossa sociedade. Mas essa visão minha pode
ser inadequada para os interesses, jogos políticos e guerras de posição que
antecedem novas eleições em 2014. Ou ainda, posso estar sendo ingênuo ou
ignorante em relação ao que é Gestão pública e vontade política na Fortaleza
contemporânea. Que seja! Mais ainda torço por nossa cidade, independente de
qual partido esteja ocupando o Palácio do Bispo. Reflitamos! E mãos à obra.