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domingo, 3 de junho de 2012

Sobre os nossos tempos (micro ensaio familiar)


Esses são tempos incertos. Cheios de vacilações e perigos. Nada parece estabilizar. E Marx aparenta está certo novamente: tudo que é sólido desmancha no ar'”. Amizades, tradições políticas, História, valores, tudo vai girando rumo às hélices do grande “liquidificador atômico” da pós-modernidade. Nesses “dias desleais” como cunhou Renato Russo na sua aristotélica Metal contra as Nuvens, o que se anuncia como imprescindível para mim é a lealdade recíproca com as pessoas e as causas nas quais acredito e que defendo. Todo o resto é reciclável, quando se fizer assim. Descartável quando não puder ser reciclado. Substituível, quando possível. Lamentável, quando não puder ser substituído. E não me limito neste texto ao cotidiano, ao passional ou ao vulgar, que reconheço que em qualquer contexto, também são muito importantes e mesmo inerentes ás grandes questões humanas. Mas refiro-me prioritariamente e foco no histórico, no político, na condução de nossas lutas e na arquitetura do novo mundo que queremos construir. A cada opção corresponde uma renúncia. Infelizmente, dificilmente há conquista sem sacrifício ou vitória sem dor. O “canto da sereia (ou do tritão)” existe e chama o navegante para os rochedos e Icebergs. É preciso disciplina, Fidelidade, conhecer a si mesmo, saber qual é o seu lugar, estar consciente do que representa e de como deve proceder para preservar sua essência (no sentido metafísico do termo) e não demolir por imperícia o que se levou muito tempo para edificar. Esses são dias fatais para as pessoas de alma frívola. Mas representam campo fértil para homens e mulheres que consigam guiar suas ações por uma visão clara de mundo e pautar suas vidas e lutas em valores compatíveis com essa visão. Esses são tempos de escolhas, de opções, de renuncias, de amizade, lealdade e convicções. Esses são tempos novos, tempos nossos para as novas gerações. E para anunciar e ilustrar a minha disposição e sentimento em relação a fazer a minha parte, lanço mão da obra de Poeta Urbano para declarar: Por quem tá comigo eu vou até o fim!

Johnson Sales.