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sábado, 24 de dezembro de 2011

Economia Criativa no Ceará: A fartura da criatividade e o desafio da inovação


A criatividade encontra-se democraticamente distribuída nos mais variados rincões de nosso Estado. Seja manifestada no artesanato, no aboio dos vaqueiros, nas anedotas e estórias contadas nas rodas de amigos e famílias, nos cordéis, reisados, guerreiros, bandas cabaçais, quadrilhas juninas, maracatu, capoeira, côco e repente, humor ou nas cantorias e cirandas. Também a juventude manifesta sua criatividade em produções contemporâneas que vão do Hip Hop ao skate, dos games ao rock, passando pelos vídeos, sites, blogs e redes sociais. A diversidade e intensidade da criatividade e seus resultantes é tanta que podemos afirmar que criatividade é um insumo abundante e aparentemente inesgotável no Ceará.

Porém, se a criatividade apresenta-se como onipresente em nossas manifestações culturais e no nosso dia-a-dia, outro elemento igualmente importante e determinante para o desenvolvimento da economia criativa não conta com a mesma robustez no Ceará. Trata-se da inovação. Esta não é de geração espontânea. Necessita de fomento, investimento, pesquisa e acompanhamento.

Temos criatividade de sobra, precisamos de inovação. E para alcançarmos a inovação necessitamos de formação, pesquisa e desenvolvimento tecnológico. Chegaremos a níveis satisfatórios de inovação apenas se pudermos contar com o apoio e empenho das universidades e instituições de pesquisa e ensino e com políticas públicas e ações governamentais voltadas para o desenvolvimento de tecnologias inovadores aplicáveis e replicáveis nas mais variadas manifestações culturais, artísticas e criativas de nosso povo.

A nossa criatividade aliada a inovação será capaz de gerar o valor econômico agregado ao produto cultural e assim assegurar as bases para o fortalecimento da economia criativa em nosso Estado.
Sem inovação não será possível desenvolver a economia criativa; Sem pesquisa e formação não será possível gerar inovação.

Desta forma nos deparamos com um grande e instigante desafio: Precisamos sensibilizar o poder público, a iniciativa privada e a sociedade para a urgência da elaboração e aplicação de um plano estratégico de fomento a inovação voltada para produtos, métodos e processos criativos que possam gerar e ou potencializar valor econômico.

E mais que incentivar e apoiar a inovação, teremos que assegurar sua disseminação junto aos produtores criativos e artistas populares para que o valor econômico agregado as produções criativas sejam socializados e funcionem como agentes da inclusão socioprodutiva e do desenvolvimento local endógeno e sustentável.

Johnson Sales - Consultor em Economia Criativa da Embaixada Social, Fellow Ashoka Empreendedores Sociais e Membro do Conselho Administrativo dos Centros Urbanos de Cultura, Arte, Ciência e Esporte (CUCAs) da Prefeitura de Fortaleza.