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terça-feira, 22 de maio de 2012

O Retrato de Dorian Gray (Dica de livro)


O Retrato de Dorian Gray (no original em inglês, The Picture of Dorian Gray) é um romance publicado por Oscar Wilde, considerado um dos grandes escritores irlandeses do século XIX. Foi publicado inicialmente como a história principal da Lippincott's Monthly Magazine em 20 de junho de 1890. Wilde depois reviu, alterou e ampliou essa edição, que foi publicada como a versão mais tarde por Ward, Lock e Company em abril de 1891. 

Lorde Henry (o mais marcante personagem do romance) um lorde, na faixa dos seus 30 anos, que gosta de testar mentes mais “fracas” que a dele e que vai conduzir Dorian Gray à perdição. Sendo usado por Oscar Wilde para criticar a sociedade: 

“(…) todo mundo pode ser bondoso no campo. Lá não há tentações. E é esta justamente a razão pela qual as pessoas que vivem fora da cidade não são absolutamente civilizadas. A civilização não é, de maneira nenhuma, uma coisa fácil de se alcançar. Há apenas duas maneiras de chegar a ela. Uma é a cultura e a outra, a corrupção. Ora, a gente do campo não tem oportunidade de travar conhecimento com qualquer das duas maneiras; por isso fica completamente estagnada(…)”

O mesmo Lorde Henry, também declara: "Eu gosto mais de pessoas do que de princípios e de pessoas sem princípios mais do que qualquer outra coisa.”

O romance trata da história de Dorian Gray um homem inicialmente ingênuo que muda sua percepção e visão do mundo por influência do lorde Henry Wotton.  Ainda, Basil Hallward, um pintor, um artista moralmente correto, que vê em Dorian Gray, o protagonista, sua maior fonte de inspiração, como se os dois vivessem um “romance artístico”, um romance entre a arte e aquilo que a inspira, presenteia Dorian com um quadro quase perfeito de sua imagem. A partir dai um pacto é feito. Gray, de alguma forma sobrenatural se funde à própria pintura, sua aparência física não mais se modifica, enquanto o retrato passa a registrar todas as mudanças, marcas, e cicatrizes, não apenas físicas, mas de sua alma que vai apodrecendo devido á suas atitudes.

É uma mistura de Narciso com Don Juan. E ainda remete ao mito de Fausto, aquele que vendera a própria alma ao Diabo em troca de coisas terrenas.  Dorian Gray ganha beleza e juventude eternas e usufrui delas de forma inconsequente e irresponsável. O personagem é extremamente libertino. Segundo Volpi (2003, p. 5), o narcisista “Usa os genitais como arma contra o sexo oposto e o sexo como meio de vingança”. (hoje esse uso não se limita mais somente ao sexo oposto - percepção minha).
  
O mito de Dorian Gray representa com perfeição a visão do Jean-Jacques Rousseau (Genebra, 28 de Junho de 1712 — Ermenonville, 2 de Julho de 1778) - filósofo, teórico político, escritor e compositor autodidata suíço, quando o mesmo afirma: "O homem é bom por natureza. É a sociedade que o corrompe."  

Todo esse conteúdo e mais, pode ser inferido e decodificado do romance e leva o leitor a refletir sobre vaidade, valores, responsabilidades e consequências. É uma importante obra, muito atual e imprescindível para quem ainda consegue refletir sobre seus próprios atos e responsabilidades, nessa relativizada e acrítica pós-modernidade que nos cobre com seu manto fetichista.

lembrando que nessa obra a vilania, a perversidade e a inconsequência são punidas com o "apodrecimento" da alma e a morte física do corpo.

Boa leitura.

Também vale á pena ver o filme:






  Johnson Sales
Fellow da Rede Mundial Ashoka Empreendedores Sociais
Consultor em Tecnologias Sociais e Advocacy da Embaixada Social