Não tem muito o que se dizer, tampouco
dedilhar no teclado sempre "a postos" para materializar abstracionismos
sensoriais. Quando o véu da noite se rasga sob os raios imponentes do
sol tropical dessas praias de cá, eu calo. E vou deitar. Como
um vampiro sonolento, exausto e saciado que percebe a beleza do dia
como alguma tragédia radioativa iminente a lhe atormentar. Alimentar-se
de sentimentos ao invés de sangue quente, romantiza o vampirismo, sem no
entanto lhe amenizar a monstruosidade. Na verdade somos todos, em algum
nível, criaturas monstruosas. Todos nós de uma forma ou de outra, nos
alimentamos de algo extraído do corpo ou da alma de algum outro vivente.
Mas isso não é motivo para mudar-se imediatamente para a Transilvânia.
Calma! Nessas transfusões sentimentais existem refluxos e fluxos de
"dupla mão", benefícios e malefícios compartilhados em mútua sangria sob
fascínios concomitantes e desejados. Em relação às sangrias orgânicas,
ai é mais sério o caso. Mas não é disso que se ocupam nesse instante meus
quase inertes impulsos literários. Deixo ao cinema e à literatura mais
interessada, ocupar-se do universo escuro de Drácula. E Me disponho
apenas a acalmar, pelo menos temporariamente, aos sugadores sensoriais
dos sentimentos alheios. Durmam bem!
Don Johnson de Sales.
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