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segunda-feira, 27 de maio de 2013

Somos todos Vampiros Sentimentais



Não tem muito o que se dizer, tampouco dedilhar no teclado sempre "a postos" para materializar abstracionismos sensoriais. Quando o véu da noite se rasga sob os raios imponentes do sol tropical dessas praias de cá, eu calo. E vou deitar. Como um vampiro sonolento, exausto e saciado que percebe a beleza do dia como alguma tragédia radioativa iminente a lhe atormentar. Alimentar-se de sentimentos ao invés de sangue quente, romantiza o vampirismo, sem no entanto lhe amenizar a monstruosidade. Na verdade somos todos, em algum nível, criaturas monstruosas. Todos nós de uma forma ou de outra, nos alimentamos de algo extraído do corpo ou da alma de algum outro vivente. Mas isso não é motivo para mudar-se imediatamente para a Transilvânia. Calma! Nessas transfusões sentimentais existem refluxos e fluxos de "dupla mão", benefícios e malefícios compartilhados em mútua sangria sob fascínios concomitantes e desejados. Em relação às sangrias orgânicas, ai é mais sério o caso. Mas não é disso que se ocupam nesse instante meus quase inertes impulsos literários. Deixo ao cinema e à literatura mais interessada, ocupar-se do universo escuro de Drácula. E Me disponho apenas a acalmar, pelo menos temporariamente, aos sugadores sensoriais dos sentimentos alheios. Durmam bem!


Don Johnson de Sales. 


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