A cordialidade exposta por Sergio Buarque de Holanda, nos representa como "aventureiros", desviantes da "ética do trabalho", resistentes ao "espírito do capitalismo" desnudado por Max Weber, outsiders numa perspectiva de Becker, em relação ao positivismo europeu.
E se a moral, também puder ser vista, em certo sentido, como contenção, como limitante das potencialidades e das possibilidades humanas, e a ética puder ser entendida como ferramenta de tensionamento desta, e como originária das profundidades, nascida de pulsões nunca pacificadas que fundam valores e homens?
Se for assim, há esperanças brotando da nossa cordial irracionalidade. E o atual momento poderá ser entendido na beleza da sua destruição criadora.
São escolhas sociológicas de ângulos de olhares, de alternativas de análises. São caminhos antropológicos que intencionam a inscrição na opção pela "Antropologia das teorias nativas", para corroborar o pensamento de Antonádia Borges.
São reflexões que se pretendem fora, ou tentando sair, da "caixa". Afinal, nesses tempos difíceis que nos pedem - como revelou Pierre Bourdieu - "Sociologia como esporte de combate", refrigerar o pensamento e experimentar novas dimensões de criatividade sociológica, nos parece conveniente.
* Fonte da foto: Internet.
Sousa. M.J.S.
Nenhum comentário:
Postar um comentário