Na matéria
"Espionagem como método político no Ceará"
Érico Firmo (Jornalista do OPOVO) escreveu: "O pronunciamento de ontem de Cid Gomes (PSB) confirma: a espionagem
virou método de fazer política no Ceará. O governador informou que
emails seus foram hackeados, sim. Pelo menos desde o ano passado,
informações trocadas em mensagens privadas entre ele e outras
autoridades públicas foram parar na mão de opositores. Cid citou
especificamente o ex-prefeito de Maracanaú, Roberto Pessoa (PR), e a
ex-prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins (PT), como pessoas que teriam
tido acesso a emails trocados por ele com outras autoridades. São
simplesmente o homem e a mulher que, nos últimos oito anos, comandaram
os dois maiores PIBs do Estado. Na véspera, Eudes Xavier, deputado
federal mais ligado a Luizianne, foi à tribuna da Câmara dos Deputados
munido justamente de emails que teriam vazado – sem que ele explicasse
como teve acesso – para denunciar exatamente o contrário: Cid,
juntamente com o irmão Ciro Gomes, o secretário da Casa Civil, Arialdo
Pinho, e o secretário da Segurança, Francisco Bezerra, teriam articulado
a contratação da empresa Kroll para acompanhar os passos de Pessoa.
Xavier leu trechos do que seriam emails trocados por todos eles..."
E disse mais:
" Em síntese, o governo e seus principais opositores trocam denúncias de
espionagem mútua. Pelo menos em parte, ela teria efetivamente ocorrido,
pelo que disse o governador. É grave, gravíssimo. Vai abaixo da linha de
cintura de qualquer embate legítimo. Põe em risco a própria noção de
democracia. Não se pode admitir. É coisa que remete aos mais funestos e
abomináveis anos da política nacional."
Matéria completa em: http://www.opovo.com.br/app/colunas/politica/2013/04/06/noticiaspoliticacoluna,3034311/espionagem-como-metodo-politico-no-ceara.shtml
O episódio revela além de um grande acirramento político local, a utilização de possíveis métodos não convencionais de coleta de informações sobre e entre adversários políticos. Mas será novidade em nossa política? E também tal situação não revelaria um "empobrecimento" do conteúdo da política cearense que poderia estar se desenvolvendo e pautando o noticiário com debates em torno das políticas públicas, dos programas e projetos e de questões ideológicas ou estratégicas para o Estado? Reflitamos!
*Araponga é uma telenovela brasileira, produzida pela Rede
Globo e exibida entre 15 de outubro de 1990 e 29 de março de 1991.
Escrita por pesos-pesados da teledramaturgia – Dias Gomes, Lauro César
Muniz, Marcílio Moraes e Ferreira Gullar – a novela foi lançada cinco
anos após a eleição de Tancredo Neves à presidência da República,
ocorrida em 15 de janeiro de 1985. Entretanto, em 1990, a democracia só
começava no Brasil e a influência militar, especialmente da ditadura
imposta no país a partir de 1964, ainda conspirava e inspirava medo. A
novela foi uma sútil crítica ao regime totalitário.
Parodiando antigos filmes de espionagem a novela faz um retrato pós-ditadura através do policial federal Aristênio Catanduva (interpretado por Tarcísio Meira), o Araponga. O atrapalhado detetive tenta convencer seus superiores da necessidade de reativar o Serviço Nacional de Informações (SNI), órgão da polícia política do regime militar, para o qual trabalhou. Para isso, ele passa a exagerar em seus relatos sobre os casos que investiga, como a morte do senador Petrônio Paranhos (Paulo Gracindo), assassinado num motel onde estava sendo entrevistado pela jornalista Magali Santana (Christiane Torloni). O político também era vigiado por Araponga, que começa a criar ligações imaginárias entre possíveis envolvidos e prováveis situações.
Desta forma, com suas delirantes deduções impregnadas da servidão ao regime militar, Araponga não tem escrúpulos em utilizar seja quais meios forem necessários em suas investigações. Daí, surgiu a expressão “arapongagem”, que nada mais é do que a bisbilhotagem espúria e ilegal da vida alheia, utilizada especialmente nos meios políticos. Arapongagem é a definição do ato de vasculhar a vida de adversários políticos, tendo como mecanismos o conluio, a conspiração e a servidão de funcionários públicos que se utilizam de informações privilegiadas.
Parodiando antigos filmes de espionagem a novela faz um retrato pós-ditadura através do policial federal Aristênio Catanduva (interpretado por Tarcísio Meira), o Araponga. O atrapalhado detetive tenta convencer seus superiores da necessidade de reativar o Serviço Nacional de Informações (SNI), órgão da polícia política do regime militar, para o qual trabalhou. Para isso, ele passa a exagerar em seus relatos sobre os casos que investiga, como a morte do senador Petrônio Paranhos (Paulo Gracindo), assassinado num motel onde estava sendo entrevistado pela jornalista Magali Santana (Christiane Torloni). O político também era vigiado por Araponga, que começa a criar ligações imaginárias entre possíveis envolvidos e prováveis situações.
Desta forma, com suas delirantes deduções impregnadas da servidão ao regime militar, Araponga não tem escrúpulos em utilizar seja quais meios forem necessários em suas investigações. Daí, surgiu a expressão “arapongagem”, que nada mais é do que a bisbilhotagem espúria e ilegal da vida alheia, utilizada especialmente nos meios políticos. Arapongagem é a definição do ato de vasculhar a vida de adversários políticos, tendo como mecanismos o conluio, a conspiração e a servidão de funcionários públicos que se utilizam de informações privilegiadas.
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