Pesquisar este blog

sexta-feira, 27 de janeiro de 2023

É a Economia Criativa, estúpido!

 

Ministra Margareth Menezes participa da transmissão de cargo da Secretaria da Cultura do Ceará

A frase "It's the economy, stupid" ou em tradução livre: “É a economia, estúpido!” foi utilizada pelo economista James Carville para a campanha presidencial de Bill Clinton, nos EUA, em 1992. A intenção era enfatizar, junto ao eleitorado, a importância do tema “economia” para a campanha e para uma possível futura gestão de Clinton.

Talvez o momento atual, cheio de esperanças na reconstrução e no desenho de novos rumos para a nossa nação, nos permita (ou exija) a adaptação dessa frase, e dá própria estratégia (modificada) para chamar a atenção do poder público, dos setores produtivos, e da própria sociedade cearense, para a necessidade de unirmos economia e cultura como vetores do desenvolvimento territorial sustentável. “É a Economia Criativa, Estúpido”! É ela que nos oferece as melhores condições para fomentar o desenvolvimento dos nossos territórios, sejam eles urbanos ou rurais, e dar respostas para algumas das nossas mais urgentes calamidades como desemprego, envolvimento dos jovens com a economia criminal, atrofia econômica de regiões, insuficiência tecnológica, assistência técnica, subutilização de espaços e infraestrutura pública, escassez de políticas públicas voltadas para a redução de déficits sociais, e desperdício da criatividade como insumo para o desenvolvimento. 

Temos uma grande oportunidade e não devemos desperdiçar

É enorme o potencial de inclusão da Economia Criativa. Políticas públicas que partam da valorização da criatividade e inovação, podem assegurar inclusão socioeconômica para grandes contingentes humanos tendo eles educação formal, ou não. Até mesmo pessoas vivendo em penúria econômica podem ser detentoras de insumos valorosos para a Economia Criativa. A criatividade é um insumo democrático, abundante e inesgotável.

Pessoas que trabalham com arte, culinária, design, literatura, artesanato, games, redes sociais, produção de conteúdo para internet, audiovisual, música, dança, pintura, produção de eventos etc., são trabalhadores criativos. Quem tem algum talento relacionado com algumas dessas atividades é um potencial agente criativo e pode vir a tornar-se um profissional da economia criativa. A partir daí, o céu é o limite!

A Economia Criativa, se trabalhada como política pública, pode oferecer o primeiro emprego para os jovens, pode fomentar o desenvolvimento territorial a partir de polos, bairros e/ou distritos criativos, além de cidades e bacias criativas. Regiões, sem vocação para a indústria convencional, podem buscar estratégias de desenvolvimento sustentável com a Economia Criativa como vetor. Um universo de possibilidades repousa e aguarda o despertar por meio das políticas públicas com economia criativa.

Ao trabalhar a economia criativa como fator de desenvolvimento de comunidades periféricas e interioranas, podemos dar importante passo rumo à inclusão socioeconômica e ao desenvolvimento sustentável do Ceará com a cultura e a criatividade no centro do desenvolvimento humano, econômico e social. Fica a dica!

 

Johnson Sales – Cientista Social, Mestre e doutorando em Sociologia pela Universidade Federal do Ceará/UFC; Fellow Ashoka e Consultor Sênior do Coletivo Território Criativo.

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário